O recente estudo do Sebrae intitulado “Empreendedorismo Feminino” destaca um panorama revelador sobre as empresárias brasileiras: 67% delas são mães. Esta condição maternal não apenas influenciou a decisão de muitas mulheres em abrir seus próprios negócios, mas também impõe desafios adicionais no equilíbrio entre trabalho e cuidados familiares.
De acordo com a pesquisa, a necessidade de conciliar os cuidados com os filhos e ainda ter que trabalhar motivaram muitas mulheres a se tornarem empreendedoras. Diferentemente dos homens, para quem a paternidade parece ter um impacto menor, 68% das empreendedoras afirmaram que a maternidade “influenciou muito” suas carreiras empresariais.
O estudo também aponta para uma carga desigual de trabalho doméstico e cuidados com a família. As mulheres empresárias gastam em média 3,1 horas por dia com cuidados familiares e 2,9 horas com tarefas domésticas, quase o dobro do tempo despendido pelos homens nessas mesmas atividades. Essa disparidade resulta em uma carga horária semanal menor dedicada ao próprio negócio por parte das mulheres, com uma média de 34 a 35 horas, enquanto os homens dedicam entre 40 a 43 horas.
A desigualdade se estende à percepção de sobrecarga, com 76% das mulheres se sentindo mais sobrecarregadas devido à jornada dupla, comparado a 55% dos homens. Além disso, 61% das mulheres precisaram deixar de lado atividades pessoais ou empresariais para cuidar dos filhos ou de outros familiares, um número significativamente maior do que os 48% observados entre os homens.
Entre histórias de sucesso, destaca-se a de Maristela Mendes, proprietária da empresa Bala de Banana Bananina, em Antonina, Paraná. Sua experiência como mãe e empresária simultaneamente revela um aspecto positivo do empreendedorismo familiar. Ela foi capaz de integrar a maternidade à gestão do negócio, trazendo sua filha para o ambiente de trabalho e, eventualmente, trabalhando ao lado dela na empresa.